Natal sedia sua 3ª Marcha da Maconha neste domingo, dia 20. Será às dez horas da manhã, com saída marcada na Ponta do Morcego, praia dos Artistas, e dispersão prevista para a área de lazer de Brasília Teimosa, já na região da praia do Forte, Zona Leste. O movimento é organizado pelo Coletivo Antiproibicionista Cannabis Ativa Natal/RN, e pede a legalização do uso da droga no país.
A Marcha da Maconha acontece simultaneamente em Natal e mais quatro cidades: Aracaju, Atibaia (SP), Jundiaí (SP) e Recife. A previsão dos organizadores é repetir o sucesso das marchas anteriores, realizadas no campus universitário da UFRN durante a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC, em julho de 2010) e em Ponta Negra (2011). Nas duas marchas anteriores, os eventos ocorreram com tranquilidade, sem grandes ocorrências policiais relevantes.
Por sinal, os organizadores já solicitaram reforço da polícia militar, que garantiu segurança e informou que não vai permitir duas práticas na manifestação: fumar maconha e fazer apologia à droga, que é ilícita no Brasil. "Não vamos permitir apologia ao crime, conforme previsto no Código Penal. O Supremo [Tribunal Federal] recentemente reiterou o direito de manifestar,
defender o uso medicinal ou debater sobre a liberação do uso da maconha, mas incentivar as pessoas a fumar maconha ou fazer apologia ainda é crime no nosso país. Não vamos admitir", explicou o coronel Alarico Azevedo, comandante de policiamento metropolitano.
IMPASSE EM RECIFE
O impasse sobre a realização da Marcha da Maconha, prevista para o próximo domingo, no Recife, deve acabar hoje. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai decidir nesta sexta-feira (18) se pedirá a proibição do ato na Justiça. O MPPE vai analisar uma representação enviada pela Frente Parlamentar em Defesa da Família, da Assembleia Legislativa de Pernambuco. No documento, o grupo de deputados estaduais definiu o ato como inconstitucional e pediu a proibição da marcha, marcada para acontecer na Rua da Moeda, Bairro do Recife, às 14h. O protesto a favor da descriminalização da droga vem sendo realizado desde 2008. Em 2011, um pedido semelhante foi feito pelos deputados, mas o MPPE não chegou a pedir a proibição do movimento.
Segundo o deputado estadual Adalto Santos (PSB), quatro parlamentares encabeçam o pedido. O documento foi enviado ao MPPE no último dia 7. “Entramos com a representação duas semanas antes da realização do evento, pois no ano passado, por termos enviado quatro dias antes, o pedido não foi aceito”, explicou. A frente parlamentar, liderada pelo deputado Cleiton Collins (PSC), argumenta que a realização da marcha iria de encontro ao programa de combate às drogas do governo federal.
“A maconha é a porta de entrada para outra drogas, como o crack. Esse tipo de evento, que faz apologia a uma droga que faz mal, só leva o nosso estado a uma decadência maior. É um problema muito maior do que imaginamos. A droga está em todas as classes sociais”, defendeu Adalto Santos.
Ao contrário dos anos anteriores, a frente parlamentar decidiu pela não realização da Marcha da Família, evento paralelo à Marcha da Maconha. “Não queremos que a população pense que estamos entrando em rivalidade. Vamos deixar a realização do evento para outro momento. O que queremos é coerência”, disse o deputado.
Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Blog de Goaininha RN