quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

João Grandão e três comparsas são condenados por sequestro e tortura

O ex-soldado PM João Maria da Costa Peixoto, o João Grandão, voltou a ser condenado pela Justiça potiguar. Desta vez, Grandão recebeu pena de 19 anos, dois meses e 18 dias de reclusão em regime fechado por ter participado de uma extorsão mediante sequestro e de um roubo a um estelionatário de nome Hessoério Michelson Azevedo da Silva.

Além de João Grandão, também foram condenados com a mesma pena Manoel da Costa Peixoto, o Néo - irmão de João Grandão -, e Horácio Dantas de Oliveira. Já Roberto Gomes da Silva, o Beto Cepacol, pegou pena de 9 anos e 9 meses por ter participação de "menor importância" no crime.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o crime contra Hessoério Michelson Azevedo da Silva foi cometido na madrugada de 18 de julho de 2004, na zona Norte de Natal. O MP, baseado nas investigações policiais, concluiu que Horácio Dantas de Oliveira, Manoel da Costa
Peixoto e um outro homem "se encarregaram de interceptar e render a vítima, algemando-a e conduzindo-a até o cativeiro, uma casa localizada no bairro de Nova Natal, onde, em conjunto com o réu João Maria da Costa Peixoto (João Grandão), passaram a espancá-la com socos, pontapés e pontadas de punhal nas costas, numa tentativa de forçá-la a informar onde estava o dinheiro resultante de uma venda de um automóvel".

Todos os réus no processo estavam encapuzados quando cometeram o crime. O outro homem denunciado foi absolvido no processo e por esse motivo o portal TN Online não vai publicar o nome dele.

Ainda segundo a denúncia ministerial, "inicialmente, ficou acertado o valor de R$ 50 mil (equivalente à referida venda do automóvel) e, tendo a vítima insistido não possuir tal quantia, reduziu-se o resgate para R$ 5 mil. O pagamento ocorreu por volta das 5h do mesmo dia 18 de julho de 2004, nas proximidades do Hospital Maria Alice Fernandes, Parque dos Coqueiros".


O resgate foi pago pela mulher de Hessoério Michelson. Perante o juiz Fábio Wellington Ataíde Alves, Hessoério confirmou que a mulher dele levou dinheiro a mais ao local combinado e que "os acusados receberam do resgate R$ 8 mil".

Cerca de meia hora após o pagamento, a vítima foi liberada. Além do dinheiro, os envolvidos no crime ainda ficaram com objetos de Hessoério, "subtraídos mediante violência e grave ameaça, quais sejam, um relógio de pulso, um aparelho de telefonia móvel e uma jaqueta de material sintético".

Segundo fontes do TN Online, Hessoério Michelson Azevedo da Silva já tinha passagens na polícia. Ele já havia sido preso por estelionato (clonagem de cartões).

A decisão pela condenação de João Grandão, Néo, Beto Cepacol e Horácio foi proferida pelo juiz Fábio Wellington Ataíde Alves na quinta-feira passada (10). O magistrado aplicou o regime fechado para todos os acusados. João Grandão já se encontra preso na penitenciária estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta.

Ameaça de dentro de Alcaçuz
Hessoério Michelson também denunciou ao juiz Fábio Ataíde que foi ameaçado por João Grandão, mesmo o acusado estando preso em Alcaçuz. Segundo texto da sentença, a vítima disse expressamente que “omitiu os nomes dos sequestradores temendo pela sua própria vida. Esta vítima confirma que mesmo João Grandão preso na penitenciária chegou a ligar para ele lhe ameaçando, que a denúncia que foi lida no início da audiência é totalmente verdadeira, que João Grandão lhe convidou para ir ao lugar em que ele estava preso e daria um jeito dele entrar para falar com ele, que até hoje não foi visitar João Grandão, que João Grandão já mandou recados para que ele amenizasse na denúncia”.



Do Tribuna do Norte